28/09/2011

Fernanda Fernandes de regresso ao Grão-Ducado

A ministra das Comunidades Cabo-verdianas (e ex-encarregada de Negócios da Embaixada de Cabo Verde no Luxemburgo), Fernanda Fernandes esteve de regresso ao Grão-Ducado este fim-de-semana para se encontrar com a comunidade e as autoridades luxemburguesas.

“É com prazer que regresso e é uma grande
satisfação encontrar-me com a comunidade e com as autoridades luxemburguesas, que nos recebem sempre tão bem”, disse à CABOLUX/CONTACTO.

Depois de passar por Luxemburgo como diplomata, as responsabilidades agora são acrescidas como ministra das Comunidades, mas “é um continuar do que já vinha fazendo. Sou diplomata e na minha carreira sempre trabalhei com os emigrantes. Aceitei este desafio porque acredito que posso dar um contributo, contando com os emigrantes, evidentemente”, referiu Fernanda Fernandes.

Em fim-de-semana que evocava festividades religiosas cabo-verdianas – festas da nossa senhora do Livramento e do Rosário - o Centro Cultural Alen Tramsschapp, na capital, foi local de “romaria” para muitos cabo-verdianos, não para serviços religiosos, mas para ouvir o apelo à integração política e assistir a algumas actividades culturais.

Na sexta-feira, a comissão organizadora preparou um jantar-conferência sob o lema “Aqui vivemos, aqui votamos”, ao som do grupo Tradiçon e dos cantores ´Totone e Félix, contando com a participação de Fernanda Fernandes, Claude Wiseler (ministro das Infra-estruturas) e do deputado santantonense Francisco António Dias, que apelaram à participação política dos cabo-verdianos já no dia 9 de Outubro.

Além deste desafio lançado à comunidade, Fernanda Fernandes apontou a formação das novas gerações e a redução da delinquência juvenil como sua prioridade para a comunidade no Luxemburgo.

“A delinquência juvenil é nossa preocupação e sabemos que as autoridades luxemburguesas estão muito interessadas nesta questão e vamos fazer o melhor junto da comunidade e das autoridades locais para mudar essa tendência”.

“Em Cabo Verde, a educação/formação é quase uma batalha ganha porque as pessoas estão conscientes disso, mas nas comunidades emigradas não ganhamos ainda esse desafio de tomar a educação e formação como base para a integração e para o futuro das pessoas”, lamenta.

Quanto às associações, ficou o recado: “têm um papel muito importante na participação e integração dos cabo-verdianos, mas é preciso que elas próprias se organizem, pois se cada uma trabalhar de forma dispersa, fazendo a sua própria capelinha, fica mais difícil.”

A finalizar, “gostaria que a nossa comunidade aqui tivesse como um dos modelos, Aristides Pereira [falecido na semana passada], nosso primeiro presidente da república, que ao longo da sua vida transmitiu-nos a mensagem de um homem íntegro, trabalhador, patriota e amante de Cabo Verde. Uma mensagem de serenidade, algo que também Aristides Pereira nos deixou.”

A festa da nossa senhora do Livramento foi celebrada este fim-de-semana na Ribeira Grande (Stº Antão) e nossa senhora do Rosário na próxima semana e “como temos aqui uma grande comunidade dessa zona, achamos por bem promover este tipo de cultura do nosso concelho de origem”, explicou à CABOLUX/CONTACTO Nelson Brito, da organização.

HB

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