13/12/2010

Ami ku Nhos espera resposta do governo há 6 anos

A associação Ami ku Nhos, através do seu presidente - Otílio Moreira, relembra que estão ainda à espera de uma resposta da parte das autoridades luxemburguesas ao pedido de apoio feito há 6 anos. Declarações proferidas este fim-de-semana, à margem da celebração do 10º aniversário da associação, em Schifflange.

Segundo Otílio Moreira, um dos objectivos da associação é precisamente “conseguir um local onde possamos estar unidos como hoje aqui no aniversário, seja também para um casamento, baptizado ou fim-de-semana de convívio. Mais do que dinheiro é disto que precisamos.” Lamenta a falta de apoio “principalmente dos cabo-verdianos porque não contamos com a ajuda do governo luxemburguês. Há 6 anos que esperamos uma resposta e até agora nada.”

Aproveita para deixar claro que “não precisamos de dinheiro para nós, mas sim para ajudar em Cabo Verde. Pedimos apoio e se alguém quer ajudar, ajuda. Se não quer ajudar, fazemos o que podemos.”
“Em todos pedidos que fazemos encontramos sempre alguém à nossa frente e temos de esperar a nossa vez. Até agora não encontramos nenhuma ajuda e tudo o que fazemos é do nosso trabalho, do nosso bolso por amor a Cabo Verde”, acrescenta.
A associação conta já com alguns contactos em Santa Catarina (Cabo Verde) e espera futuramente “ajudar as crianças em Cabo Verde que não têm meios para frequentar a escola. Não queremos que essas crianças sigam como os seus pais e que pelo menos aprendam a escrever o nome no papel.”

Um outro objectivo é “passar aos nossos filhos que nasceram no Luxemburgo a tradição cabo-verdiana para saberem quem somos.” Se a dança e as batukadeiras são um exemplo da força desta associação, é o grupo intergeracional dos seus associados que joga um papel importante nessa transmissão de valores, algo ímpar no seio associativo cabo-verdiano presente no Grão-Ducado.

Questionado sobre o papel da Federação das Associações Cabo-verdianas no Luxemburgo para conseguir esse espaço para todas as associações, Otílio Moreira diz que “é boa ideia, mas as associações teriam que se organizar para cada uma fazer as suas actividades sem sobreposição.”
Contudo, ainda não fazem parte da FACVL porque “não podemos andar sempre atrás deles. Já o fizemos, mas eles também têm de vir até nós. Queremos ajudá-los, mas eles têm que nos ajudar.”
“O problema é de comunicação”, lamenta.

Nestes 10 anos de existência, Ami ku Nhos tem demonstrado trabalho com 7 participações no Festival da Imigração, 4 presenças na Festa de Integração em Schifflange, duas participações na Festa da Integração em Belvaux e Sandweiler.
Neste momento contam com 75 membros activos.

A 15 de Janeiro, organizam em Paffental a missa de Stº Amaro, pelas 18h, seguido de jantar às 20h nesta mesma sala (Hondsport Club, Schifflange).
HB

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